Pediatra do Hospital Maria Lucinda alerta para o período das viroses
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Na estação mais fria e chuvosa do ano, o inverno, há um aumento significativo na circulação de bactérias e vírus responsáveis pelo surgimento de doenças respiratórias, aquelas que afetam o trato e os órgãos do sistema respiratório, como gripes, resfriados, asma, rinites e pneumonia. “As crianças, por terem um sistema imunológico imaturo, acabam sofrendo ainda mais nesta época”, alerta Marcela Pandolfi pediatra do Hospital Maria Lucinda.
A pediatra explica que atitudes simples podem evitar o surgimento desses sintomas indesejáveis e destaca algumas dicas que podem ser aplicadas no dia a dia. “Mantenha seu filho hidratado, então ofereça água e sucos de frutas naturais e evite os sucos industrializados; mantenha o ambiente da casa arejado, pois bactérias, vírus e fungos se concentram em ambientes fechados; evite o contato com pessoas gripadas ou com resfriados, pois essas doenças são adquiridas pelo ar; lençóis, edredons e roupas devem ser expostos ao sol e lavados sempre que necessário”, ressalta.
Ainda de acordo com a médica, manter uma alimentação balanceada e saudável também é importante. As frutas são essenciais, principalmente aquelas que contêm vitamina C, como laranja, acerola, limão e caju, já que ajudam a prevenir gripes e resfriados. Crianças com problemas respiratórios, como bronquite, asma e rinite, devem evitar o contato com bichos de pelúcia, tapetes e produtos que possuem pelos. Lavar as mãos frequentemente também é muito importante para reduzir as chances de que vírus entrem em contato com as mucosas (olhos, nariz e boca)”, explica Marcela Pandolfi.
Com a chegada do período junino, os cuidados precisam ser ainda mais redobrados. “Evite expor a criança à fumaça de cigarros ou a ambientes com muita poeira ou fumaça. Essa dica serve tanto para as crianças alérgicas, quanto para as demais”, reforça Marcela Pandolfi, que ainda lembra que os problemas respiratórios causados por alergias costumam desaparecer sozinhos em poucos dias. No entanto, nos casos mais graves, é necessário procurar ajuda médica.
Diarreia - Marcela Pandolfi explica que as famosas viroses também costumam se manifestar de outras formas. “As bactérias e os vírus podem provocar muitos problemas e um dos mais comuns é a diarreia, podendo ser causada por quadro de infecção viral, bacteriana e, às vezes, por parasitose, mas também por água e alimentos contaminados. Essa diarreia pode vir acompanhada ou não de febre e vômitos”, destacou reforçando ainda a importância de não se automedicar. “Muitas doenças têm os sintomas parecidos, por isso só um médico deve prescrever os medicamentos. Alguns remédios, inclusive, podem mascarar determinado sintoma, ao invés de tratá-lo”, garante.
A pediatra reforça que o problema da diarreia, principalmente quando vem acompanhada de vômito, é a desidratação. “Aquela criança que apresenta um quadro de diarreia intensa associada ao vômito precisa de ajuda médica, porque essa perda constante de líquido pode causar desidratação. Além disso, só através de avaliação médica o profissional conseguirá analisar a situação do paciente e prescrever o medicamento ideal. Dependendo do quadro de desidratação, pode até ser necessária a internação”, afirmou Marcela Pandolfi, ressaltando que os sinais de desidratação nos pequenos são: olhos fundos, boca seca, choro sem lágrimas, redução da quantidade de xixi e sono excessivo.
Marcela Pandolfi afirma que a melhor medida para evitar essas viroses é a adoção de hábitos saudáveis. “Costumo dizer que devemos descascar mais os alimentos e desembalar menos, ou seja, precisamos incluir na alimentação verduras, legumes e frutas, principalmente os sucos ricos em vitamina C, e diminuir o consumo de comidas processadas e industrializadas. Alimentos gordurosos e fritos também devem ser evitados, principalmente os da rua, porque são os campeões quando o assunto é infecção alimentar”, disse.
Outros cuidados
“Em períodos de pandemia, também é importante reforçar o uso da máscara e do álcool em gel e evitar aglomeração, não apenas pelas doenças de inverno, mas também por conta da Covid-19. Evitar contato com outras pessoas doentes também é válido, já que os vírus e as bactérias possuem alto potencial de contágio, especialmente entre as crianças, que mantêm longo contato entre si. Por isso, o ideal é que, se a criança apresentar febre, os pais não devem levá-la ao colégio, para evitar a disseminação do vírus ou bactéria”, afirmou a pediatra.
Vacinação
Neste período de pandemia, a médica explica que muitos pais não estão mais dando a devida importância ao calendário vacinal. “Independentemente da pandemia, é importante manter o calendário vacinal atualizado, porque isso evita o aparecimento de doenças ainda mais graves”, finalizou Marcela Pandolfi.